A cúpula do Ministério Público de São Paulo, formada por 11 procuradores de Justiça, se reunirá a partir das 14h desta quinta-feira para decidir se mantém uma investigação contra Antonio Araldo Dal Pozzo, que chefiou o órgão entre 1990 e 1994.
Dal Pozzo é suspeito de ter firmado um contrato ilegal de R$ 60 mil anuais para prestar serviços advocatícios com a prefeitura de Rio Grande da Serra (ABC paulista).
Na avaliação da promotora Sandra Reimberg, que propôs a investigação contra Dal Pozzo, o contrato entre o escritório de advocacia dele e a prefeitura de Rio Grande da Serra foram feitos para proteger o prefeito da cidade, Adler Teixeira (PSDB).
A blindagem seria tanto para questões no TCE (Tribunal de Contas do Estado) quando em ações pessoais.
A investigação começou em março deste ano, mas Dal Pozzo entrou com um pedido para que o Conselho Superior do Ministério Público que a arquive e, por essa solicitação, é que a cúpula da promotoria paulista se reunirá hoje à tarde.
O presidente do Conselho Superior do Ministério Público é o procurador-geral de Justiça do Estado, o procurador Fernando Grella Vieira, que foi assessor do próprio Dal Pozzo no passado.
Além de Vieira, também decidirão se Dal Pozzo deve ou não continuar a ser investigado os procuradores Antonio de Pádua Bertone Pereira (corregedor-geral do MP), Antonio Carlos da Ponte, Clilton Guimarães dos Santos, Dráusio Lúcio Barreto, Iurica Tanio Okumura, José Luiz Abrantes, Mário de Magalhães Papaterra Limongi, Newton Silveira Simões Junior, Sérgio de Araújo Prado Júnior e Vânia Maria Ruffini Penteado Balera.
Dentro do Ministério Público existe a informação de que a maior parte dos procuradores é favorável para que Dal Pozzo seja investigado, mas que eles têm sido pressionados a votar pelo arquivamento da investigação contra o ex-chefe da promotoria paulista.
Outro lado
Em abril deste ano, ao se manifestar sobre o caso, Dal Pozzo disse que a promotora Sandra Reimberg estava "vendo pelo em ovo" e que, por isso, pediu o arquivamento da investigação ao Conselho Superior do Ministério Público. "Todos os contratos que temos com prefeituras foram ganhos após concorrência pública", disse.
Segundo Dal Pozzo, o Tribunal de Contas e os tribunais superiores têm entendimento pacificado sobre a legalidade de as prefeituras contratarem escritórios de advocacia.
O fato de ter chefiado o Ministério Público, disse à época, não influencia os julgamentos. "Quem me dera ganhar todos", disse Dal Pozzo, que refutou a afirmação de que trabalharia em causas pessoais do prefeito.
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