Após pedir a absolvição de três réus acusados de participação no assassinato de René Sena, ex-lavrador que ficou milionário após ganhar o prêmio da Mega-Sena em 2005, o Ministério Público discursou por duas horas e meia, na tarde desta sexta-feira (2), e deu parecer favorável à condenação de Adriana Almeida, viúva de René, por considerá-la a mandante do crime.
"Contra fatos não há argumentos. Não existe dúvidas. René se apaixonou e pagou seu preço, mas não sabia que ele era tão alto", disse a promotora Priscilla Naegele Vaz, durante o quinto dia de julgamento no Tribunal do Júri, no Fórum de Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio. O assassinato de René Sena ocorreu em janeiro de 2007.
O Ministério Público explicou que a personal trainer Janaína de Oliveira e os policiais militares Ronaldo Amaral, conhecido como China, e Marco Antônio Vicente não devem ser condenados, já que não existem provas nos autos que comprovem a participação dos três.
O depoimento da cabeleireira Adriana Almeida teve início na quinta-feira (1°) e durou mais de seis horas. Última ré a ser ouvida, Adriana é acusada de planejar o assassinato de René. Nesta sexta, ela chegou a ser vaiada por populares que acompanham o caso no Tribunal.
Na época do crime, Janaína era casada com o ex-PM Anderson Silva de Sousa, também acusado de envolvimento no crime. Durante a sessão, ela disse que é inocente.
Anderson e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira já foram condenados a 18 anos de reclusão, cada um, pelo assassinato de René Sena e pelo crime de furto qualificado. Eles são ex-seguranças do milionário. O julgamento dos dois foi em julho de 2009, segundo o TJ.
Viúva diz que sabia de testamento
Durante o interrogatório, Adriana chegou a chorar por duas vezes. O primeiro momento foi ao ser questionada pela promotora Priscilla Naegelle, que perguntou se ela teria se encontrado com seu pai no dia do crime. A outra foi quando a viúva relembrou que ao chegar à fazenda, após a morte de René, foi recebida pelos parentes da vítima aos gritos de assassina.
Adriana disse ainda que soube que foi incluída no testamento de René em junho de 2006. Ela voltou a dizer que se alguma pessoa tivesse interesse na morte do milionário seria Renata Sena, única filha de René. Renata prestou depoimento na terça-feira (29), e na ocasião, ela alegou que não tinha motivos para executar o pai.
"De início, eu cheguei a desconfiar que o Anderson pudesse ter matado o René. Mas depois, até mesmo pelo comportamento da filha, eu logo passei a desconfiar dela", justificou Adriana.
A viúva continuou atacando a família da vítima Ela contou que um irmão de René chegou a clonar o cartão de débito do milionário, e retirou indevidamente da conta R$ 30 mil.
"Na época, o René foi ao banco e conseguiu as imagens da câmara que mostravam o sobrinho, filho desse irmão, indo a agência diariamente para sacar dinheiro do caixa eletrônico", falou Adriana.
'Eu traí por carência', disse viúva
Ainda em depoimento, Adriana disse que foi morar com René em 2006, a convite do milionário, após duas semanas de namoro. Ela disse que René comentava que os irmãos pediam dinheiro e que soube, inclusive, que a filha dele tinha intenção de interditá-lo judicialmente. Na ocasião, segundo Adriana, René ficou furioso.
“Eu traí o René com o Robson no final do ano de 2006, já que René estava com problemas em manter a ereção. Eu traí por carência, apenas por satisfação sexual. René era ciumento, mas não desconfiava do caso extraconjugal”, contou ela, no tribunal.
O relacionamento de Adriana e René durou cerca de um ano. Ela disse que as brigas com o companheiro geralmente ocorriam quando ele saía para beber, ou ia para a casa de parentes sem avisá-la. Adriana também contou que sabia que René tinha feito um novo testamento onde ela era uma das beneficiadas. Entretanto, a cabeleireira disse não saber a porcentagem que lhe cabia na herança.
O ex-amante de Adriana, que é motorista de van, prestou depoimento no dia 29. Ele contou à Justiça que a cabeleireira comprou um apartamento em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, enquanto René era vivo. Segundo o motorista, Adriana prometia que o levaria para morar com ela no imóvel. O homem também relatou que ouvia comentários sobre constantes brigas entre Adriana e René Sena.
Adriana também negou a versão da irmã de René, Angela Sena, que em depoimento anterior à Justiça disse que Adriana se ofereceu para trabalhar como empregada de René, após descobrir que ele ganhou na loteria. Adriana alegou que René a assediava desde 2002, mas que na época não quis namora-ló porque estava recém-separada.
Adriana Almeida chegou por volta das 12h45 desta quinta-feira (1º) ao Fórum de Rio Bonito. Ela chegou ao Fórum acompanhada do advogado e de dois policiais militares.
Outros réus
Além de Adriana, mais três réus são acusados de participar do crime. Dois deles foram ouvidos entre a noite de quarta-feira (30) e início desta madrugada. O primeiro réu a ser ouvido foi o policial militar Ronaldo Amaral, que chegou a ficar preso por 1 ano e 8 meses. Ele trabalhou por dois meses como segurança de René Sena. No entanto, o PM disse que na época do crime já não trabalhava mais com o milionário.
O depoimento do policial durou cerca de 30 minutos. Ele é acusado de fornecer uma moto que foi usada no crime. Ronaldo voltou a negar participação no caso.
O segundo réu interrogado foi o também policial miliar Marco Antônio Vicente, que ficou 1 ano e 11 meses preso e é acusado de ajudar a planejar o crime. Ele disse que trabalhou na segurança de René Sena pelo período de 30 dias, no ano de 2006. O PM também negou participação no caso. O interrogatório foi interrompido por volta de 0h20 desta quinta.
Depoimentos
O depoimento de 16 das 52 testemunhas envolvidas inicialmente no julgamento terminou por volta de 23h de quarta-feira. O julgamento começou no fim da tarde de segunda-feira (28), com seis horas de atraso.
Alguns dos dez irmãos de René Sena também foram ao fórum nos quatro dias de julgamento. Eles entraram com uma ação na Justiça para anular o testamento deixado por René que previa a divisão da fortuna apenas entre Renata e Adriana.
De acordo com o advogado contratado pelos irmãos, Sebastião Mendonça, o ex-lavrador tinha feito anteriormente um testamento que dividia a herança entre os irmãos, um sobrinho e a filha de Rene, Renata. "Estima-se que atualmente o patrimônio deixado pelo Rene seja de R$ 60 milhões entre fazendas, coberturas e imóveis de luxo. Além do mais, cerca de R$ 44 milhões em aplicações financeiras estão bloqueados pela Justiça", disse Mendonça.
Prêmio de R$ 52 milhões em 2005Ex-lavrador, René Senna, ficou milionário em 2005, ao ganhar R$ 52 milhões no prêmio da Mega-Sena. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença, e levava uma vida simples em Rio Bonito. Em 2006, começou a namorar a cabeleireira 25 anos mais nova que ele. Ela abandonou o emprego e foi morar com ele na fazenda, junto com dois filhos do primeiro casamento.
René Senna foi morto a tiros na manhã de 7 de janeiro de 2007, no Bar do Penco, perto de sua propriedade, por dois homens encapuzados, que estavam numa moto. Ele estava sem os seguranças. No dia do enterro, começaram as primeiras supeitas da família do ex-lavrador contra a viúva, que tinha passado o réveillon com um amante em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.
"Contra fatos não há argumentos. Não existe dúvidas. René se apaixonou e pagou seu preço, mas não sabia que ele era tão alto", disse a promotora Priscilla Naegele Vaz, durante o quinto dia de julgamento no Tribunal do Júri, no Fórum de Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio. O assassinato de René Sena ocorreu em janeiro de 2007.
O Ministério Público explicou que a personal trainer Janaína de Oliveira e os policiais militares Ronaldo Amaral, conhecido como China, e Marco Antônio Vicente não devem ser condenados, já que não existem provas nos autos que comprovem a participação dos três.
O depoimento da cabeleireira Adriana Almeida teve início na quinta-feira (1°) e durou mais de seis horas. Última ré a ser ouvida, Adriana é acusada de planejar o assassinato de René. Nesta sexta, ela chegou a ser vaiada por populares que acompanham o caso no Tribunal.
Na época do crime, Janaína era casada com o ex-PM Anderson Silva de Sousa, também acusado de envolvimento no crime. Durante a sessão, ela disse que é inocente.
Anderson e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira já foram condenados a 18 anos de reclusão, cada um, pelo assassinato de René Sena e pelo crime de furto qualificado. Eles são ex-seguranças do milionário. O julgamento dos dois foi em julho de 2009, segundo o TJ.
Viúva diz que sabia de testamento
Durante o interrogatório, Adriana chegou a chorar por duas vezes. O primeiro momento foi ao ser questionada pela promotora Priscilla Naegelle, que perguntou se ela teria se encontrado com seu pai no dia do crime. A outra foi quando a viúva relembrou que ao chegar à fazenda, após a morte de René, foi recebida pelos parentes da vítima aos gritos de assassina.
Adriana disse ainda que soube que foi incluída no testamento de René em junho de 2006. Ela voltou a dizer que se alguma pessoa tivesse interesse na morte do milionário seria Renata Sena, única filha de René. Renata prestou depoimento na terça-feira (29), e na ocasião, ela alegou que não tinha motivos para executar o pai.
"De início, eu cheguei a desconfiar que o Anderson pudesse ter matado o René. Mas depois, até mesmo pelo comportamento da filha, eu logo passei a desconfiar dela", justificou Adriana.
A viúva continuou atacando a família da vítima Ela contou que um irmão de René chegou a clonar o cartão de débito do milionário, e retirou indevidamente da conta R$ 30 mil.
"Na época, o René foi ao banco e conseguiu as imagens da câmara que mostravam o sobrinho, filho desse irmão, indo a agência diariamente para sacar dinheiro do caixa eletrônico", falou Adriana.
'Eu traí por carência', disse viúva
Ainda em depoimento, Adriana disse que foi morar com René em 2006, a convite do milionário, após duas semanas de namoro. Ela disse que René comentava que os irmãos pediam dinheiro e que soube, inclusive, que a filha dele tinha intenção de interditá-lo judicialmente. Na ocasião, segundo Adriana, René ficou furioso.
“Eu traí o René com o Robson no final do ano de 2006, já que René estava com problemas em manter a ereção. Eu traí por carência, apenas por satisfação sexual. René era ciumento, mas não desconfiava do caso extraconjugal”, contou ela, no tribunal.
O relacionamento de Adriana e René durou cerca de um ano. Ela disse que as brigas com o companheiro geralmente ocorriam quando ele saía para beber, ou ia para a casa de parentes sem avisá-la. Adriana também contou que sabia que René tinha feito um novo testamento onde ela era uma das beneficiadas. Entretanto, a cabeleireira disse não saber a porcentagem que lhe cabia na herança.
O ex-amante de Adriana, que é motorista de van, prestou depoimento no dia 29. Ele contou à Justiça que a cabeleireira comprou um apartamento em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, enquanto René era vivo. Segundo o motorista, Adriana prometia que o levaria para morar com ela no imóvel. O homem também relatou que ouvia comentários sobre constantes brigas entre Adriana e René Sena.
Adriana também negou a versão da irmã de René, Angela Sena, que em depoimento anterior à Justiça disse que Adriana se ofereceu para trabalhar como empregada de René, após descobrir que ele ganhou na loteria. Adriana alegou que René a assediava desde 2002, mas que na época não quis namora-ló porque estava recém-separada.
Adriana Almeida chegou por volta das 12h45 desta quinta-feira (1º) ao Fórum de Rio Bonito. Ela chegou ao Fórum acompanhada do advogado e de dois policiais militares.
Outros réus
Além de Adriana, mais três réus são acusados de participar do crime. Dois deles foram ouvidos entre a noite de quarta-feira (30) e início desta madrugada. O primeiro réu a ser ouvido foi o policial militar Ronaldo Amaral, que chegou a ficar preso por 1 ano e 8 meses. Ele trabalhou por dois meses como segurança de René Sena. No entanto, o PM disse que na época do crime já não trabalhava mais com o milionário.
O depoimento do policial durou cerca de 30 minutos. Ele é acusado de fornecer uma moto que foi usada no crime. Ronaldo voltou a negar participação no caso.
O segundo réu interrogado foi o também policial miliar Marco Antônio Vicente, que ficou 1 ano e 11 meses preso e é acusado de ajudar a planejar o crime. Ele disse que trabalhou na segurança de René Sena pelo período de 30 dias, no ano de 2006. O PM também negou participação no caso. O interrogatório foi interrompido por volta de 0h20 desta quinta.
Depoimentos
O depoimento de 16 das 52 testemunhas envolvidas inicialmente no julgamento terminou por volta de 23h de quarta-feira. O julgamento começou no fim da tarde de segunda-feira (28), com seis horas de atraso.
Alguns dos dez irmãos de René Sena também foram ao fórum nos quatro dias de julgamento. Eles entraram com uma ação na Justiça para anular o testamento deixado por René que previa a divisão da fortuna apenas entre Renata e Adriana.
De acordo com o advogado contratado pelos irmãos, Sebastião Mendonça, o ex-lavrador tinha feito anteriormente um testamento que dividia a herança entre os irmãos, um sobrinho e a filha de Rene, Renata. "Estima-se que atualmente o patrimônio deixado pelo Rene seja de R$ 60 milhões entre fazendas, coberturas e imóveis de luxo. Além do mais, cerca de R$ 44 milhões em aplicações financeiras estão bloqueados pela Justiça", disse Mendonça.
Prêmio de R$ 52 milhões em 2005Ex-lavrador, René Senna, ficou milionário em 2005, ao ganhar R$ 52 milhões no prêmio da Mega-Sena. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença, e levava uma vida simples em Rio Bonito. Em 2006, começou a namorar a cabeleireira 25 anos mais nova que ele. Ela abandonou o emprego e foi morar com ele na fazenda, junto com dois filhos do primeiro casamento.
René Senna foi morto a tiros na manhã de 7 de janeiro de 2007, no Bar do Penco, perto de sua propriedade, por dois homens encapuzados, que estavam numa moto. Ele estava sem os seguranças. No dia do enterro, começaram as primeiras supeitas da família do ex-lavrador contra a viúva, que tinha passado o réveillon com um amante em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.
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